fevereiro 04, 2010

Ao Inominável

Somos ressecamento de palavras
divisão permanente nas entrelinhas
desfechos do dia-a-dia.


Naturalmente, sei que estou escrevendo para nada. Sou silêncio vazado vagando a casa. Percorrendo a mobília perdida pela enchente provocada por nós. Olha, aquela chuva entre nós invadiu a minha casa. Aqui está tudo alagado, nossa cama está inundada, daqui a pouco fica tudo mofado como as nossas vidas. Foi tudo deságua provocada por nós. Água vazando pelos nossos orifícios. Nossos corpos se lacrimejando, corpos dolentes. Hoje eu não consigo nos diferenciar, mas sei que deve existir alguma coisa bem forte que me separe de você, embora estejamos separados. E talvez nunca estivemos juntos. E se você existir mesmo, peço distância. E se for muito difícil, peço que não venha mais.