fevereiro 06, 2015

Fez o mar na minha frente
Já molhado levantei da cama
Mas não sei se o mar se fez repente
Ou se fui eu a desaguar
Ou se aqui ele já permanecia
Ou se eu bebi o mar
Ou se o mar me bebeu
Não
Impossível imaginar que eu o deixei entrar
Ou o contrário
Eu e ele não saberíamos conviver juntos
Talvez eu um mar
E quando me instalei aqui trouxe comigo todo o ele
Mas no fundo eu não o sou
Nunca o fui
Ou sempre fui e nunca soube
De qualquer forma
Nunca soube muito sobre mim e poderia ter sido ele
Mesmo sem o conhecer
Poderia me soltar de mim
E me jogar nas suas águas
Ou ele se desprendesse dele
E se jogasse em mim
Ainda não sei como pensar
Mas me parece que esses dois caminhos acabam chegando ao mesmo fim
Mas qual o seria?
De estar eu nele e ele em mim?
Mas e se não for tão simples?
E se eu me afundei mais do que eu devia nele?
Ou se ele tocou pouco de mais em mim?
De qualquer forma
Não sou ele
E tão pouco eu
E estou tão longe dele que duvido que ele se fez em algum momento

fevereiro 01, 2015

Perdido o início já nem sei por onde começar. Aqui as coisas acontecem de uma forma tão rápida, passa tudo tão de repente e quando menos se espera tudo virou começo de novo. E fico eu sem entrar na virada da música. Mas é que às vezes, me desconcentro tão inesperadamente que perco o valseio de tudo.  Nessa hora, não peço para ele parar. Acho tão bonito a retomada que acabo por perder a entrada mais uma vez.  Assim, ganhando ao avesso, faço questão de sentir o frio na barriga que me dá quanto o mesmo acorde faz voltar.